Clubes de livros podem salvar mercado editorial?
 



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Clubes de livros podem salvar mercado editorial?

Monique Lima, da Forbes Money


Em 2018, o mercado editorial brasileiro entrou em crise com o desmanche das duas maiores empresas do setor: Saraiva e Livraria Cultura. Responsáveis pela venda de 40% dos livros no país, o pedido de recuperação judicial das duas empresas escancarou uma dívida de quase R$1 bilhão com editoras e fornecedores.

Naquele ano, as vendas em livrarias caíram 20% na comparação com 2017. O número de exemplares produzidos diminuiu em 11% – cerca de 43 milhões de livros a menos na comparação anual.

Na contramão do desmanche das livrarias estavam os clubes de assinaturas de livros, que vêm se consolidando ano a ano desde 2014, quando surgiram os primeiros modelos.

A proposta dos clubes é simples: os assinantes recebem mensalmente em suas casas uma caixinha com uma obra surpresa (inédita ou não), às vezes com curadoria de conteúdo ou acompanhadas de brindes que complementam a leitura.


Atualmente, os clubes de livros representam 25% da totalidade de clubes de assinatura no Brasil, que chegam a 6 mil ao todo, segundo estimativas da Betalabs, empresa especializada em tecnologia para e-commerce e clubes de assinatura.

Em 2018, o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e a Câmara Brasileira do Livro (CBL) mapearam pela primeira vez as vendas dos clubes dentro do mercado editorial. Naquele ano, 2,19 milhões de exemplares haviam sido vendidos por meio das assinaturas, um número que representava 1,08% do total do mercado.

Esse número atingiu o seu ápice em 2020, no início da pandemia, quando 4,67 milhões de obras foram publicadas para serem entregues na casa de assinantes por meio dos clubes, ou 2,41% do mercado. O faturamento das editoras com os clubes de livros também expandiu no período, de R$13,17 milhões em 2019, para R$36,15 milhões em 2020 – alta de 174,4% em um ano.

Mas em 2021, o mercado de assinaturas dos clubes de livros sentiu um baque com o esvaziamento do bolso do brasileiro devido ao aumento da inflação. A queda no número de exemplares produzidos foi de 40%, para 2,78 milhões de obras, ou 1,45% do mercado editorial.


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